O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) defendeu hoje a criação de uma comissão externa da Câmara contra o boicote do Carrefour à compra de carne brasileira.
Alceu apresentou um requerimento para a aprovação de uma comissão tempornária externa “acompanhar e monitorar as declarações de boicote auferidas pelo Carrefour quanto à comercialização de carnes do Mercosul”.
Diz o requerimento de Alceu Moreira:
“A declaração do CEO do Carrefour, Sr. Alexandre Bompard, ao afirmar nesta quarta-feira (20) que a rede de supermercados francesa deixará de comprar carnes do Mercosul em virtude dos produtos “não cumprirem com os requisitos e normas” é uma atitude absolutamente irresponsável, falaciosa e discriminatória, em uma clara afronta protecionista ao setor agropecuário brasileiro.
Cabe reafirmar que, ao contrário do que o Sr. Bompard sugere, o Brasil possui uma das legislações mais rigorosas do mundo no que diz respeito ao controle ambiental e ao desenvolvimento sustentável, em consonância com a certificação de qualidade na entrega dos seus produtos. Esta condição alçou o país à liderança mundial na exportação de alimentos em diversos produtos, incluindo a carne bovina e a carne de frango, e consolida a credibilidade do nosso setor primário nas relações comerciais com mais de 160 nações.
Tratando-se especificamente da União Europeia, dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) atestam que, em 2023, o Brasil foi responsável por 27% das exportações fora do bloco, sendo um parceiro imprescindível para a segurança alimentar local. Além disso, causa estranheza a despreocupação do Sr. Bompard com as operações da empresa no Brasil, já que 80% do abastecimento interno é realizado por fornecedores brasileiros.
Portanto, as palavras do Sr. Bompard são extremamente lamentáveis e ferem os princípios do diálogo e da cooperação internacional, tão fundamentais para a garantia da interdependência do mercado global, tornando-se passíveis de fiscalização.
Por fim, informo que diante desse fato e de antecedentes graves das operações da empresa no Brasil, ligados a violações raciais, ambientais e trabalhistas, estarei entrando com um pedido de instalação de uma Comissão Externa a fim de que a conduta e as constantes denúncias da companhia no Brasil sejam devidamente avaliadas”.