Kátia Lôbo – Secretária Nacional do Núcleo de Mulheres do MDB
Em toda a minha trajetória sempre acreditei que as mudanças, as inovações e o pioneirismo fazem o nosso país avançar. Foi nesse espírito que comecei a minha caminhada na política, há mais de 40 anos, atuando nas Diretas Já ainda muito jovem, até hoje busco honrar o compromisso democrático que é a marca de um MDB histórico, ao lado dos movimentos que lutam pela igualdade e inclusão da mulher na vida pública, político-partidária e social.
Vejo que as renovações importam, elas dinamizam o futuro do Brasil. A política só será inclusiva de verdade quando todos os homens e mulheres tiverem a liberdade de escolher participar dos espaços de poder: não podemos ser afastados porque somos muito jovens, muito velhos, porque a política não é lugar para mulheres, para negros ou para indígenas. Quero ver na política e no meu partido as vozes que discordam radicalmente desse afastamento. Eu sei que ele existe, infelizmente, na cabeça de muitas pessoas no nosso país, mas precisa ser rompido. É urgente que seja rompido. E eu trabalho todos os dias por isso.
Construí a minha história abrindo espaço para a inovação todos os dias, fui Conselheira da Mulher na cidade de Niterói e no estado do Rio de Janeiro, primeira mulher a falar politicamente sobre a vacinação contra o vírus do HPV, mais tarde transformada em Lei no estado do Rio de Janeiro e que serviu de modelo para o país, como resultado na nossa luta. Idealizei a Campanha de Combate e Conscientização da Sífilis, fui Coordenadora de Relações Institucionais da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Mulher, LGBTQI+ e Idosos do Rio de Janeiro, Subsecretária Temática da Mulher da Prefeitura do Rio de Janeiro, entre os principais projetos da gestão estão a cartilha “Viver sem violência é direito de toda mulher” (sobre os 10 anos da Lei Maria da Penha) – versão em Braille e DVD em Libras; cartilha “Saúde da Mulher” (em versão em Braille) e 1ª Corrida e Caminhada pelo Fim da Violência contra a Mulher. Atuei como interlocutora entre o SEBRAE e a prefeitura do Rio para a criação de cursos na Casas da Mulher Carioca (que atendiam vítimas de violência), também fui Gerente de Regularização Fundiária do Instituto de Terras e Cartografias do Rio de Janeiro (ITERJ), com foco na entrega de títulos prioritariamente para mulheres e Superintendente do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM-RJ).
Especificamente no MDB, sou Presidente do núcleo de mulheres no Estado do Rio de Janeiro e há pouco mais de um ano, oficialmente empossada como Secretária Nacional de Mulheres do meu partido. Um período marcado pelo pioneirismo, onde seguimos nos reinventando, desenvolvendo o país de norte a sul para realizar os nossos sonhos e viver com dignidade. Dialogando ao lado das nossas lideranças do MDB e de lideranças de outros partidos, afinal, a construção de um futuro melhor passa por todas e todos. Hoje também represento o meu partido no Fórum de Mulheres de Instâncias Partidárias, que se fortalece nacionalmente e nos estados com a nossa participação.
Nosso partido quer ter a sua voz ao nosso lado, queremos te ouvir, te representar e te empoderar para que você seja também a voz do seu bairro, da sua comunidade, da sua cidade, do seu estado e quem sabe do nosso país inteiro. Na candidatura de Simone Tebet à presidência da República, ocupamos as ruas para provar que as mulheres podem sim ocupar todos os espaços, foram mais de 4,8 milhões de votos conquistados. Estamos ocupando. Estamos chegando. No Rio de Janeiro foram 37 candidatas nas últimas eleições pelo nosso partido, 452 candidatas em todo o Brasil, tivemos 2 vice-governadoras eleitas, 9 deputadas federais, chegamos a 10 agora em junho com a posse de uma suplente – nos últimos quatro anos eram apenas 3 mulheres na bancada – e 11 deputadas estaduais.
Implantamos no último ano a Ouvidoria da Mulher do MDB, com atuação do Justiceiras, instituição reconhecida internacionalmente por seus serviços no combate à violência doméstica e acolhimento das vítimas, apoiada pelo nosso presidente nacional, o deputado federal Baleia Rossi. Apta a receber denúncias de mulheres dentro e fora da política, destacamos dois casos com vereadoras que aconteceram no último período: Frankeline e Mônica, respectivamente de Sergipe e São Paulo, sofreram violência política de gênero de seus pares na política. Elas contaram com o apoio da Ouvidoria para denunciar e dar visibilidade aos casos.
No último 8 de março realizamos em Brasília o encontro com as mulheres emedebistas, para ouvir um pouco da realidade dos estados e municípios, norteando as próximas ações de fortalecimento da participação feminina na política. Participamos da primeira e da segunda edição do encontro de vereadoras do MDB em Mato Grosso, também da segunda edição do encontro nacional de vereadoras da ABRACAM, que aconteceu em Brasília.
Um dos resultados do aumento da nossa representatividade é o Projeto Mais Mulheres Eleitas, onde o Mato Grosso saltou de 13 para 46 vereadoras. Destacando a importância de investirmos na nossa base, afinal, olhando para a nossa bancada de deputadas federais, muitas já foram prefeitas, secretárias e vereadoras. É nos municípios que as lideranças são formadas. E estamos cuidando das cidades e dos estados: em Minas Gerais e na Bahia, a reconstrução, o fortalecimento dos núcleos, o auxílio na articulação local e a garantia do repasse do fundo partidário para as mulheres foi expressivo. Estamos cada dia mais próximas, mais atuantes, no último ciclo visitei estados como São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e seguimos na luta para conquistar mais espaço e eleger mais mulheres.